Bairrada – 13% – PVP: Não Disponível – Nota: 95
É um vinho histórico porque foi uma edição especial de homenagem ao gastrónomo David Lopes Ramos falecido no ano de 2011. Como foi amigo de longa data do produtor Luís Pato, este fez-lhe uma homenagem com um vinho cujo perfil seria do seu agrado, ou seja, um branco que pudesse enfrentar a passagem do tempo com brio.
Esta referência também teve a particularidade de colocar na ordem do dia uma casta com um enorme potencial de envelhecimento para a Bairrada: a Cerceal.
Posteriormente, este vinho esteve na génese do “Parcela Cândido”.
Produtor: Luis Pato é um inconformista e um pioneiro. Em 1980 produziu o seu primeiro vinho e em 1988 plantou a casta Baga em “pé franco” (vinhas não-enxertadas) para compreender os vinhos pré-filoxéricos. Em 1995 lançou o vinho Quinta do Ribeirinho Pé Franco. Uma das referências melhor conotadas da região e um ícone bairradino.
A Colheita: O ano de 2011 foi inigualável na Bairrada, se, por um lado foi muito quente, por outro lado, foi húmido o que permitiu conservar a acidez. Este fator está bem patente no vinho.
Vinha: A vinha que deu origem a esta referência denomina-se “Vinha Formal”, com cerca de 5 hectares, caracteriza-se por ter um solo argilo-calcário e denomina-se Vinha Formal e está situada em Óis do Bairro.
A localização desta vinha já tinha sido referenciada por António Augusto de Aguiar, em 1866, na obra “Memória sobre os Processos de Vinificação Empregues nos Principais Centros Vinhateiros do País”, como privilegiada para a produção de vinhos brancos para embarque.
Casta: Cerceal
Aspeto: pálido e amarelo-esverdeado
Nariz: Intensidade média, lima, floral, leve favo de mel, salino, chá e pedra molhada.
Boca: Seco, tanino ceroso, acidez média(+), álcool médio, corpo médio, intensidade média, lima, chá, salino, cremoso e longo.
Conclusão: O vinho apresenta uma cor que revela uma boa capacidade para aguentar a passagem do tempo com galhardia.
No entanto, é no nariz que se confirma a ligação bem conseguida entre a jovialidade da fruta e as notas sedutoras de algum envelhecimento. A salinidade e a mineralidade são o toque final que arrebata qualquer enófilo.
O palato confirma as primeiras impressões olfativas mas são ampliadas de forma quase estonteante quando conjugadas com a secura, acidez e final longo que apresenta. Um vinho feito de classe pura e elegância capaz de prestar tributo a duas figuras incontornáveis: Luís Pato e David Lopes Ramos.
Este é um dos melhores vinhos brancos nacionais que bebi nos últimos 20 anos.
Produtor: Luís Pato
Condição de Prova: Ao Jantar.
Capacidade: Magnum (1,5 L)
Temperatura de Serviço: 12º
Data de prova: 29/3/2019
Boa Noite,
Sou Arménio Ramos , irmão do David e este vinho que é uma sentida e muito amiga homenagem do Luís Pato ao meu irmão, é de inegável grande qualidade. Tenho a grande felicidade de ter , na minha posse , por oferta do Luís Pato, 2 Garrafas Magnum que serão abertas e bebidas em grandes reuniões da nossa família. Estamos eternamentes gratos ao Luís Patos por tão nobre homenagem ao David.
Olá, Arménio. Fico muito contente com este seu comentário. De facto, é um grande vinho para um grande vulto. Forte abraço.