Krug: A líquida materialização de uma sólida ideia

Mind the Glass
Credits: Krug

A Krug, uma das mais prestigiadas casas produtoras de Champagne, está a percorrer o mundo com o objetivo de convidar a comunidade global de chefes a interpretar pratos de autoria tendo como tema a flor. No nosso país, o local escolhido para este evento foi o restaurante Gaveto, em Matosinhos, que também comemorou quarenta anos de existência. Nós fomos provar e confirmar a qualidade dos produtos.

Em 1834, Joseph Krug recebeu e aceitou uma proposta de trabalho endereçada pelo representante alemão de uma das mais prestigiadas casas de champanhe da altura, a Jacquesson & Fils. A oportunidade de integrar o borbulhante setor era demasiado atraente e aliciante para declinar.

Ao longo dos 9 anos seguintes, Joseph Krug ficou a conhecer bem de perto os interstícios do negócio que, na altura se desenvolveu muito rapidamente, dentro e fora das fronteiras francesas. Aparentemente desempenhou tão diligentemente as suas funções que acabou por integrar a sociedade da empresa. No entanto, na cabeça de Krug fermentava uma ideia que viria a mudar radicalmente a sua vida profissional.

Uma sólida ideia e a sua operacionalização

Em 1843, Krug e um associado criaram a empresa Krug et Cie tendo por base uma ideia forte destinada ao sucesso, lançar anualmente no mercado os melhores champanhes que pudessem produzir independentemente das variações climáticas. No entanto, para consubstanciar esta ideia a recente empresa teve de implementar uma organização relativamente diferente do habitual.

As empresas que operam em Champanhe obtêm a maior parte de suas uvas a produtores externos, normalmente as casas contratam um fornecedor para uma determinada quantidade de uvas especificando a casta e o local de origem. No entanto, a Krug opera de uma forma um pouco diferente das restantes. Através da experiência acumulada perceberam que a especificidade parcelar de proveniência das uvas aportava uma melhoria significativa de qualidade. Assim, para garantirem que recebiam as uvas das parcelas que pretendiam celebraram contratos isolados com os proprietários de cada parcela individual, especificando a superfície exata e a quantidade de uvas fornecidas, o que obrigou a um trabalho infinitamente superior e de minúcia apurada.

Para além deste lavor de extremo pormenor na compra da matéria prima, Joseph Krug implementou um curioso sistema de duplo “cuvée”, com o mesmo nível de importância e qualidade, um leve (“cuvée légère”) e o outro encorpado (“cuvée corsée”), cuja composição de ambos deveria ajustar-se ao ano agrícola, e o licor de expedição deveria ser adaptado às preferências do cliente.

O primeiro dos dois “cuvées” recebeu o nome de “Private Cuvée”, em 1861 (depois alterado para “Grande Cuvée” em 1978). A casa Krug fez seu primeiro “Champagne” Vintage em 1904.  Este duplo sistema idealizado por Joseph Krug foi transmitido de geração em geração e continua a ser, até aos dias de hoje, a impressão digital da empresa. 

Credits: Krug

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