No panorama vínico nacional têm aparecido com frequência vários produtores que se agrupam tendo em vista a maximização e a rentabilização dos mais variados recursos, produtos e, mais importante, da imagem.
Estes grupos, frequentemente congregam produtores já com alguma reputação no mercado nacional e internacional, no entanto, através destas agremiações mais ou menos informais, conseguem ganhar ainda mais projeção mediática.
Na região dos Vinhos Verdes foi criado, em junho de 2015, um grupo constituído por quatro produtores (Joana Santiago, João Camizão Rocha, Miguel Queimado, e Vasco Magalhães), intitulado “Vinho Verde Young Projects”, cuja filosofia assenta num regresso às origens para criar vinhos inspirados pelos seus antepassados.
A jovem produtora Joana Santiago é advogada de profissão, mas concomitantemente, é o rosto do projeto familiar Quinta de Santiago, cuja paixão pelos vinhos e energia para o trabalho lhe foram legadas pela avó.
Esta Quinta está situada em Monção, na sub-região de Monção e Melgaço, e está na posse da família desde 1899. Em 2009 nasceu o projeto Quinta de Santiago. Um empreendimento familiar, que as três gerações da família abraçaram, associando a tradição e conhecimentos da geração mais antiga à modernidade e entusiasmo da geração mais jovem na criação de vinhos que expressam as características do “terroir” e ao mesmo tempo refletissem a personalidade da casta que é a Alvarinho. Apostam, por essa razão, numa pequena produção (6,5 hectares).
O produtor João Camizão Rocha tem os seus vinhedos (9 hectares), na sub-região de Amarante e é a quarta geração produtora. Comercializa o vinho Sem Igual desde 2012, que é composto por Arinto e Azal. Formado na área das engenharias, esteve destacado na Índia onde trabalhou a liderar um projeto numa multinacional durante dois anos e meio; no regresso a Portugal, sentiu que tinha de arrancar com um projeto inovador na área dos vinhos . O nome Sem Igual refere-se à ideia de um estilo diferente da maior parte dos vinhos feitos com estas castas, a partir de parcelas muito pequenas, de diferentes altitudes e vinhas com idades entre os 4 e os 40 anos. Em 2012 começou uma pós-graduação em viticultura e enologia pela Faculdade de Ciências do Porto onde conhece Miguel Queimado.
A MQ Vinhos, encabeçada por Miguel Queimado, é uma jovem empresa familiar que abarçou a produção de vinhos “premium” da casta Alvarinho. Esta está localizada na Quinta do Mato, no cerne da sub-região de Monção e Melgaço, sendo já considerada uma zona de altitude dentro da região, e é propriedade da família desde 1683.
Fotos: Beloved
Artigo inicialmente escrito por Paulo Pimenta e Marco Lourenço publicado na revista Paixão pelo Vinho nº 64.