Ficha da Casta
Variedade
Branca
Sinonímia
Loureira (Espanha), Marquez (Espanha), Marqués (Espanha)
Variedades erradamente identificadas com a Loureiro
Arinto de Bucelas e Galego Dourado
Origens
A Loureiro é uma casta antiga do Noroeste de Portugal, especialmente no vale do rio Lima.
A casta foi mencionada pela primeira vez na obra “Memoria sobre a cultura das vinhas em Portugal”, no ano de 1790, por Constantino Lacerda Lobo. O autor encontrou-a na região de Monção e Vila Nova de Cerveira.
Em 1875, Visconde de Vila Maior encontrou-a na ribeira do Rio Lima onde se denominava Loureira e reportou-a no “Manual de Viticultura Prática”.
Abela e Sainz de Andino referem a casta em Espanha como Lauren Blanco, no ano de 1885.
Características
A Loureiro apresenta um vigor médio e uma produtividade elevada (10 000 a 18 000kg/Ha). O cacho é médio (270 gramas), comprido e medianamente compacto. O bago é médio/pequeno e tem uma película medianamente espessa. A casta é sensível ao oídio, escoriose, botritis e míldio.
Regiões de Maior Relevância e Expansão
No ano de 2018 era a segunda casta branca mais plantada em Portugal, estava implantada em 5790 Hectares ocupando cerca de 3% da área total de vinha em Portugal.
A casta encontra-se praticamente confinada à Região do Vinho Verde onde é a casta mais plantada da região, em especial nos concelhos de Barcelos, Guimarães, Amares e Felgueiras.
No período compreendido entre 2008 e 2018, a Loureiro foi a casta branca mais usada nas replantações realizadas (2404 Ha) ao abrigo do programa Vitis em todo o território nacional. O que corresponde a 11% do total.
Na região das Rias Baixas a casta também se encontra bem adaptada, especialmente nas sub-regiões de O Rosal, Condado do Tea e Val do Salnés. Em 2018, a produção total rondou os 240 000 quilogramas.
Parentalidade
A análise ao DNA sugere que a casta deu origem à casta Amaral e apresenta um estreito relacionamento com a Alvarinho.
Galet refere que a casta Loureiro Tinto (Espanha) pode ser uma mutação de cor da Loureiro.
Notas de Prova
A casta origina vinhos aromáticos que podem oscilar entre o frutado de citrinos (limão), o floral (frésia, rosa) e o melado, sendo o sabor frutado, com ligeiro acídulo, fresco, harmonioso, encorpado e persistente.
Fontes
- Böhm, Jorge (2007), Portugal Vitícola – O Grande Livro das Castas, Chaves Ferreira Publicações, Lisboa
- Robinson, Jancis; Harding, Julia; Vouillamoz, José (2012), Wine Grapes: A Complete Guide to 1,368 Vine Varieties, including their Origins and Flavours, Penguin Group, Londres
- https://doriasbaixas.com (20 de março de 2020)
- https://portal.vinhoverde.pt (20 de março de 2020)
- https://www.ivv.gov.pt (20 de março de 2020)